Os sinais clínicos característicos são:
- Análise sanguínea: leucocitose neutrofílica
- Líquido cefalorraquidiano ( LCR ):
- Cor alaranjada na análise visual.
- Pleocitose na análise microscópica: Na forma aguda, observaram-se neutrófilos polimorfonucleares, enquanto que na forma crónica surge pleocitose mononuclear. Ao contrário do que sucede nos casos de meningite bacteriana, os neutrófilos não surgem degenerados.
Esta doença está relacionada com a aparição de poliartrite imunomediada em cerca de 46% dos casos.
Tratamento e prognóstico
O tratamento da meningite imunomediada é a utilização de glicocorticoides Normalmente, observa-se uma melhoria evidente após o início do tratamento, o que diminui o risco de sequelas.

Um dos protocolos típicos de tratamento desta doença consiste na administração de prednisona em doses decrescentes:
- Nos 2 primeiros dias: 2 mg por kg de peso a cada 12 horas
- Nas 2 semanas seguintes: reduz-se a dose para metade (1 mg por kg de peso a cada 12 horas)
- Durante o mês seguinte: 0,5 mg/kg a cada 12 horas
- Segundo mês: 0,5 mg/kg a cada 24 horas
- Terceiro mês: 0,25 mg/kg a cada 24 horas
- Por fim, termina-se o tratamento com 0,25 mg/kg a cada 48 horas durante 2 meses adicionais.
Geralmente, o prognóstico é excelente se o cão responder bem ao tratamento(1).
Nos casos de recaídas e recorrências, ou no caso de este tratamento não surtir resultados, recomenda-se a combinação de fármacos imunossupressores , como a azatioprina (1,5 - 2 mg por kg de peso a cada 48 horas). Neste caso, o tratamento desenvolve-se durante pelo menos 6 meses , com revisões do mesmo a cada 4-6 semanas.
Se a apresentação clínica da meningite-arterite for aguda, mas os sinais clínicos forem ligeiros e a contagem celular em LCR for menor do que 200 células por microlitro, pode ser indicado o tratamento com AINEs . Neste caso, a monitorização do paciente será exaustiva e com necessidade de especial atenção perante uma possível deterioração neurológica.
Recaídas
A retirada do tratamento com glicocorticoides deverá ser lenta e gradual ao longo de vários meses. Mesmo assim, alguns animais poderão sofrer recorrências durante este processo.
No recente estudo de Biedermann e colaboradores (2), analisaram-se as taxas de recaída da meningite-arterite com resposta a esteroides. Utilizou-se o valor de proteína C reativa no soro e em LCR como indicador para determinar o estado do paciente canino. Esta proteína eleva-se durante os processos inflamatórios.
Os valores mediram-se no momento inicial, bem como após 3 meses, e analisou-se quer o facto de se ter dado uma recaída como se o animal se tinha recuperado normalmente da doença.
Durante o estudo, deram-se recaídas em 32,4% dos cães . No entanto, este facto não se traduziu nos resultados analíticos, já que em 75% dos pacientes caninos que tinham sofrido pelo menos uma recorrência, os níveis de proteína C reativa no soro e em LCR foram normais. Por outro lado, entre os cães sem recaídas os valores normais estiveram presentes em quase 100% dos casos.
Para concluir, os autores assinalam que, ainda que os valores de proteína C reativa não constituam um indicador de previsão fiável, uma elevação dos mesmos pode indicar uma terapia mais contínua . Além disso, um valor normal de proteína C reativa no soro não exclui uma hipótese de recaída, pelo que é necessário prestar sempre especial atenção à evolução do paciente durante os meses seguintes à manifestação da doença.









